Com muita alegria compartilhamos um pouco sobre a obra “Quilombos do Brasil: segurança alimentar e nutricional em territórios titulados” que é, sobretudo, um diagnóstico caro para a formulação de políticas públicas para as comunidades quilombolas brasileiras. Além de traz insumos instrumentais para aprimoramento de programas sociais que já existem, os artigos desta publicação constituem-se em uma contribuição fundamental para compreensão das problemáticas sociais que as comunidades quilombolas vivenciam, em diferentes contextos territoriais no país através de estudos sobre/e com essa população. As comunidades quilombolas são remanescentes e descendentes diretas da população negra escravizada no Brasil. Os quilombos nasceram a partir da luta do povo negro pela liberdade, sendo locais que serviam de abrigo e refúgio durante a fuga, em atos de resistência, do regime escravocrata. No Brasil contemporâneo, os quilombos constituem comunidades organizadas, nem sempre isoladas ou surgidas de insurreições. São grupos que desenvolveram práticas cotidianas de resistência na produção e reprodução de seus modos de vida característicos e na consolidação de seus territórios.
Dividido em duas partes, este Caderno de Estudos concentra na primeira parte os artigos que traçam um diagnóstico das comunidades pesquisadas, enquanto a segunda parte traz dois textos que apresentam balanços de ações dos últimos anos do Plano Brasil Sem Miséria e do Programa Brasil Quilombola. Conta com os principais resultados da pesquisa de Avaliação da situação de segurança alimentar e nutricional em comunidades quilombolas tituladas. Éum estudo quantitativo, de caráter censitário, realizado pela Secretaria de Avaliação e Gestão da Informação (SAGI), do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), em parceria com a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR), Ministério da Saúde, Fundação Cultural Palmares e Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA/MDA). O trabalho é uma resposta do Estado brasileiro a situação de vulnerabilidade vivida por essas comunidades, é nesse sentido que esta publicação traz leituras e interpretações dos dados gerados a partir da pesquisa entre as comunidades quilombolas tituladas e confirma o compromisso de produzirmos indicadores que possam orientar as políticas públicas voltadas a essa população.
"A obra “O tempero de quilombo na escola: experiências de extensão do projeto CulinAfro (UFRJ)”, revela como o percurso metodológico da etnografia educacional do trabalho de tese de Rute Costa, uma das organizadoras do livro, mergulhou no campo da pesquisa em Educação em Saúde e a partir dos saberes que emergiram do campo e a extensão surgiu em um momento pós Tese.
O livro é um passeio acadêmico decolonial sobre as formas de existir em um quilombo situado na região litorânea do Rio de Janeiro, o quilombo de Machadinha, é a narrativa viva educacional a que a obra sistematizou dando brilho às referências nacionais e aos sujeitos e atores produtores desses saberes. Assim, o livro também poderia ser definido como o percurso de uma Ciência Cidadã, que possui a intensa parceria de vínculo humano com os sujeitos autores quilombolas, que escrevem a partir do seu chão/território de vida, também de sua cozinha, da casa inteira, do quintal comunitário, da escola e das suas diferentes relações com a educação, com a vida, com a saúde e também com a comida.
" Daniela S Frozi (Trecho do prefácio do livro que você pode acessar aqui.)
Boa leitura para quem deseja realizar práticas de educação em segurança alimentar e nutricional junto aos quilombos no contexto brasileiro!
Documento elaborado por cientistas brasileiros que diante de evidências em saúde, buscaram apresentar orientações para estruturar políticas públicas de Segurança Alimentar e Nutricional, além de atender as diretrizes do Ministério da Saúde para orientar as práticas profissionais ligadas ao campo da Nutrição e da Saúde do Brasil.
Guias Alimentares são comuns no mundo inteiro, de acordo com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura, a FAO, existem mais de 100 países que possuem publicados e consolidados as guias alimentares que cumprem o papel orientador e não prescritivo para sua população e que estejam baseados na cultura alimentar e nos hábitos alimentares de cada país.
Colocamos aqui para vocês a última edição do Guia Alimentar para a População Brasileira, publicada em 2014 pelo Ministério da Saúde, em parceria com o Nupens da USP e com o apoio da Organização Pan Americana da Saúde (Opas/Brasil).
Ainda o nosso guia teve a colaboração direta do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e de muitos conselhos estaduais e municipais, assim como de ampla participação social vinda de consulta pública que reuniu colaborações de grupos de pesquisa de todo o país. Baixe aqui seu Guia da População Brasileira.
O Instituto Djanira tem como um dos seus objetivos de existência a criação de espaços de ensino sobre Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional. Nesse sentido, acreditamos que popularizar materiais que nos aproximem de uma alimentação saudável e sustentável é um caminho importante para mudanças alimentares individuais e coletivas. Surge então a série #Djaniraindica onde compartilhamos livros, cartilhas e demais conteúdos que ampliem nossas aprendizagens sobre temas ligados à uma alimentação socialmente justa e ambientalmente sustentável.
Reconhecemos que a biodiversidade alimentar brasileira é uma chave importante de conexão entre pessoas e o ambiente na construção de vínculos que promovam a saúde humana e ambiental. Uma alimentação boa para as pessoas e o planeta passa pelo conhecimento da biodiversidade que nos cerca e, no caso do nosso país, é rica e abundante. Hoje, compartilhamos com vocês uma publicação de livre acesso, elaborada pelo Ministério da Saúde que merece ampla divulgação. “Alimentos Regionais Brasileiros” é um livro que teve sua segunda edição lançada em 2015 com o intuito de valorizar a cultura alimentar brasileira e integrá-la a políticas de desenvolvimento rural, de segurança alimentar e nutricional.
Como muitos alimentos nutritivos que fizeram parte das refeições familiares brasileiras foram gradualmente sendo desvalorizadas e esquecidas - pela inserção histórico-cultural de alimentos e receitas estrangeiras, pela padronização nos processos de cultivo, de produção e do hábito de consumo de alguns alimentos socialmente mais estimados e comercialmente mais rentáveis, “melhorados na aparência” por meio da biotecnologia ou geneticamente através da transgenia -, a obra busca oferecer material para que receitas tradicionais regionais, que fizeram parte da memória afetiva e da herança cultural, sejam rememoradas e passem a integrar o patrimônio culinário do Brasil.
A publicação contribui para divulgar a variedade riquíssima de alimentos existentes nas regiões do país e orientar seus usos em preparações culinárias, promovendo assim o conhecimento das mais diversas espécies comestíveis de frutos, hortaliças, leguminosas, tubérculos, caules, raízes, sementes, cereais e ervas brasileiras. Não se trata apenas de herança cultural alimentar, a valorização dos alimentos regionais concerne também às decisões mais saudáveis para o produtor, o consumidor, para o cidadão brasileiro e ao meio ambiente.
É através da produção de alimentos tradicionais regionais que o pequeno produtor rural pode superar a marginalização social, porque a biodiversidade presente nos alimentos locais e regionais pode emancipá-los economicamente. A produção de alimentos tradicionais possibilita, ainda, a preservação dos ecossistemas (biogeocenose), a regeneração dos solos e o trabalho em família - particularmente o das mulheres produtoras, já que são elas as principais mantenedoras dos saberes-fazeres alimentares locais que são legados às gerações mais novas.
A qualidade dos alimentos está profundamente relacionada ao local de produção. Se é um alimento nativo da região, o solo e o clima são propícios para que o alimento não necessite de aditivos químicos, seja saudável e saboroso; E é por isso que “Alimentos Regionais Brasileiros” representa uma importante referência bibliográfica para ser usada em práticas educativas inovadoras, pois é parte do fomento à saúde humana e à segurança alimentar e nutricional contribui como recurso didático para profissionais da saúde, da educação, da assistência social, entre outros que trabalhem para a consolidação do direito humano à alimentação adequada e saudável para a população brasileira.
Você pode acessar o link aqui.
Te convidamos a conhecer este material. Esses fazem parte da biodiversidade alimentar do Brasil.